Um novo conflito envolvendo mais de 50 indígenas mobilizou a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul na manhã deste sábado (25), após a ocupação da Fazenda Ipuitã, na região rural de Caarapó. Segundo relatos, os manifestantes armados expulsaram o caseiro e atearam fogo na sede, em maquinários e em áreas de plantação. Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter o incêndio e restabelecer a segurança. Ninguém ficou ferido.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino Ferreira, a propriedade já vinha sendo alvo de invasões há cerca de 30 dias. “Essa propriedade no município de Caarapó faz uns 30 dias que ela está sendo invadida, por supostos índios, pois não dá para saber se são indígenas mesmo. Essa manhã, invadiram a sede, puseram os funcionários para correr, colocaram fogo nas máquinas e na sede da fazenda”, relatou.
Ferreira afirmou ainda que há funcionários sendo ameaçados no local. “O governo do Estado está lá, a polícia também, porque tem funcionários que estão supostamente sequestrados, sofrendo ameaças. Ninguém toma providência disso. É com muita tristeza que eu, como presidente do sindicato rural, representando os produtores rurais, vejo essa situação. Eu acho que no Brasil está tendo uma inversão de valores”, declarou.
O presidente destacou que é necessário que a lei seja cumprida e criticou o modelo de demarcação de terras indígenas vigente.
“Esse modelo de busca de terras indígenas é falido. Faz 40 anos que se discute a mesma coisa e não melhorou nada a vida de ninguém. Então, tem que mudar isso, buscar uma solução concreta e parar de vender ilusão para os nossos irmãos indígenas”, afirmou.
Ferreira cobrou uma postura mais efetiva do governo federal. “O governo federal tem que sair de narrativas e passar para soluções e políticas para resolver o problema. Invasão não é solução. Invasão é a teoria da esquerda de colocar um segmento da sociedade contra o outro.”
Ele reforçou que o sindicato está aberto ao diálogo. “Como sindicato rural, nós estamos dispostos a sentar para conversar, para resolver o problema.”
Ao comentar a situação em Caarapó, o presidente agradeceu o apoio do governo estadual. “Lá não existe segurança. Graças a Deus que nós temos o governo do Estado, que é um governo que quer manter a ordem, que está dando proteção aos funcionários e ao proprietário rural.”