SINPROTEMP-MS (Sindicato dos Professores Temporários de Mato Grosso do Sul) é o nome dado para a nova entidade, que visa representar professores temporários da rede pública de ensino de Mato Grosso do Sul. O objetivo é atuar exclusivamente na defesa dos direitos da categoria, que hoje representa a maioria dos docentes em atividade no Estado.
O edital de convocação para a Assembleia Geral de fundação do sindicato foi publicado nesta segunda-feira (6) pela Comissão Pró-Fundação do SINPROTEMP-MS que será formalizada no dia 26 de outubro, a partir das 7h30, de forma virtual, pela plataforma Google Meet.
Na pauta de convocação, estão a aprovação do Estatuto Social, a eleição da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, além da definição da taxa de filiação e da contribuição mensal dos filiados. O presidente da Comissão Pró-Fundação, professor Luiggi de Barros Cestari, diz que o movimento nasceu “de forma orgânica, a partir do sofrimento e da frustração da categoria”, motivado principalmente pela não concretização da promessa feita pelo governador Eduardo Riedel de equiparar o salário dos professores temporários ao dos efetivos da rede estadual.
Atualmente, os professores temporários de Mato Grosso do Sul recebem R$ 25,60 por hora trabalhada, enquanto os efetivos ganham cerca de R$ 52,40 por hora. A diferença de mais de 100% representa uma das maiores disparidades salariais do país.
De acordo com levantamento do portal Todos Pela Educação (2024), apenas 30% dos professores da rede estadual são concursados, e o número de efetivos vem caindo nos últimos dez anos — enquanto o de temporários aumentou 13%.
Cestari explica que o novo sindicato não pretende fazer oposição à ACP (Associação Campo-grandense de Professores) nem à FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), mas garantir espaço de fala e participação política a um grupo historicamente excluído.
“A criação do novo sindicato não é uma questão de separação, mas de representatividade. Os professores temporários não se sentem incluídos nas decisões das entidades existentes. Queremos uma voz própria e ativa”, diz o professor.